domingo, 31 de julho de 2011

Na solidão


O título pariu o poema
e o poeta abstraiu o ato falho.
Tem-se o tema na ponta da língua
e o dilema na boca em íngua.

Eis a hora em que o sol já é lua
e os quereres iniciam as preces:
teu amor em mãos nuas
e meu corpo em tuas.

Peço tanto e falta mais do que peço
a cada vez que enxergo o impossível.
Tento pedir por ti, comigo a sós,
ousar sentir por nós...

E na solidão vai o poema,
vamos que nem, talvez nem sei;
só sei que vou como as letras tortas
e as horas vão mortas.