sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Globalização

Redundância: estar ao telefone
ao lado de um computador ligado.

Não quero dormir

Não quero dormir,
Ouvir os cantos silenciosos da noite
E tremer de medo às sombras vagantes.

Não quero dormir,
Já que o sono me inspira a morte
E a própria morte me inspira o sono.

Na calada da noite calada,
Fala o homem de vitruviano com seu pragmatismo,
Anunciando
Que eu não restarei ao caos da vida moderna.

Portanto, e portando ainda um pouco de vida,
Não quero dormir,
Pois a vida me inspira a morte
E a morte me inspira a vida.

Perdoa


Quem ama cuida das estrelas
E as impede a morte sem cuidado,
Quando a noite é tão inóspita
Que a luz se encarcera ao cadeado.

A quem se deseja a completude
Não cabe doação
Que não um legado de vento
E velas a transpor os mares da solidão.

Há que cruzar além dos limites da dor
Todo caçador de tua boca
Que querer o deleite
Inconcebível de teu estar louca.

Vige voltar a quem se ama
Depois de qualquer guerra
Cuja tortura seja tanta na paz
Que voar seja ter os pés na terra

Quem ama cuida da flor
E a impede à distância estar
Como o pé um do outro separado,
No correr ao te buscar.

Eis que lhe chegam apenas minhas palavras
Formando os versos que me exprimem.
Eis que chega minha poesia
E a fé que as letras reprimem.

A poesia é o sentir a poesia;
É o adjetivo do vento
Enquanto as palavras perdem a cara,
O corpo e o comportamento
Para deixar de serem vazias
E tornarem-se a alma das sinfonias.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Amar

                                           Amar:
                     Um pé no chão
Outro no céu.

Como dar a seu filho aquilo que você não tem

     Para dizerem que comecei com o pé esquerdo, inicio colocando um texto de linguagem simples sobre o que gostaria de alertar sobre a 'Política Brasileira'.


No Brasil, a população séria mostra sinais de descrença na política. Haja vista uma quantidade grande de escândalos seguidos de investigações políticas e absolvições não menos políticas que o todo o processo, ou seja: TUDO TERMINANDO EM PIZZA!
O que fazer para tornarmos o Brasil mais eficiente e menos corrupto? O que fazer para que o Legislativo (Câmara Municipal, Assembléia Legislativa e Congresso Nacional) seja mais bem controlado pelos outros dois poderes constitucionais (Executivo e Judiciário) de forma simples e sem beneficiar apenas interesses individuais de quem está no poder?
Temos que perceber que a questão é a escola, e não simplesmente a administração de um político. Para se formar um país sério é necessário que os poderes estejam em sintonia quanto às suas funções e direitos. Entretanto, para que tudo funcione o MAIS IMPORTANTE é a participação popular. A população tem absoluto direito de protestar contra a absolvição de um político em determinado processo de corrupção, por exemplo. E isso, se feito de forma adequada, limpará da política algo como um câncer que o cirurgião limpa de um órgão.
Consideremos que a participação popular inicia-se na eleição e siga durante o mandato de seu representante, uma vez que o REPRESENTANTE é a soma do poder do eleitor, de todos os eleitores. Assim, o eleitor não pode se prestar a votar em quem mais lhe transmite simpatia, mas em quem melhor garante interesses enquanto grupo da sociedade; o eleitor não deveria achar que política é apenas algo que acontece de biênio em biênio para atrapalhar a ver a novela com o horário eleitoral gratuito na TV.
O Judiciário, por exemplo, deveria exigir a aplicação da Lei diante das injustiças e do descumprimento de quem quer que seja às leis. Assim é o “controle do poder pelo poder”. Entretanto, o que se acontece e um “acordo” do poder com o poder, haja vista que os membros dos altos escalões dos poderes estão comumente acordados em torno de se beneficiar mutuamente (a velha história do ‘uma mão lava a outra). Por exemplo, quando o deputado vota aumento injusto do próprio salário, é certo um outro poder se manifestar no sentido de não permitir otal aumento. Na mesma linha de raciocínio, é certo se no mesmo exemplo os cidadãos fossem todos às casas legislativas e lá dialogassem com seus eleitos REPRESENTANTES para barrar possíveis abusivos aumentos. Se o diálogo não for suficiente, os cidadão têm direito de impedir que a casa funcione! O poder não é do vereador, senador, deputado, é da população, e a população tem direito de pedir o mandato do REPRESENTANTE que ir contra suas vontades. Você é dono do seu voto, e não o político que você elegeu. Dessa forma, quando a população diz que não querer ela predomina sobre qualquer minoria que disser o contrário, desde que as leis estejam sendo respeitadas.
Quando o “controle do poder pelo poder” não funciona, a população DEVE sair de casa para protestar e requerer seus direitos, como educação, segurança e saúde. Todos esses direitos são assegurados pelo documento mais importante do nosso país: a Constituição Federal de 1988. Por outro lado, com a não participação popular que acontece no Brasil e em muitos outros países, os poderes se tornam elitistas, ou seja, são dominados, transformados quase que em propriedade privada por alguns e, por fim, usados como meio de obtenção de riqueza desses alguns.
Como protestar? Muito simples: junte seu bairro, associação do seu bairro, e eleja outros representantes para se reunir com representantes de outros bairros. Façam um documento à Câmara Municipal ou à prefeitura se manifestando! Se não ficar satisfeito com o resultado, filie-se a algum partido político que vai eleger pessoas que te defenderão, ou até mesmo se candidate, porque é garantido que se outras pessoas estão insatisfeitas como você elas farão de você um político que as representará.
Com o interesse político restrito às elites, as decisões do país também se restringem às vontades dessas elites, mantendo o poder popular apenas na eleição do político da vez. É como se tomássemos por lei uma frase “O poder é a vontade de quem o domina”. Então, se quem domina é o povo, o poder consuma a vontade da maioria, beneficiando-a; paralelamente, se quem domina são as minorias (o que chamamos de oligarquia), o poder exerce um governo que beneficia as elites. O que é melhor?
Provoco: O POVO QUE NÃO CAMINHA JUNTO COM A POLÍTICA É CULPADO E VÍTIMA DE UMA POLÍTICA QUE NÃO CAMINHA JUNTO COM O POVO.
Assim, como o governo no Brasil é elitista, não importa quem está no cargo, pois quem se elege é a elite; a elite eleita fará, portanto, uma administração voltada a si própria. Quem tem suas vantagens atendidas são essas minorias. Não importa quem é o palhaço da vez, o importante é a piada dita.
E como o povo ainda não se revolta e muda a situação? Muito simples:
A força popular é exercida quando elegemos nossos governantes, REPRESENTANTES. Dessa forma, as elites disputam entre si quem vai chegar ao poder. Por exemplo, duas famílias disputando um cargo de prefeito nas eleições. Obviamente essas famílias precisam dos votos populares para se eleger. Então compram votos, usam o cargo que já tem para ganhar votos (o que chamamos “Uso da Máquina Pública”), etc. Após eleita, uma das famílias simplesmente não governará por você. E não governará porque comprou o seu voto. Não governará porque a dívida dessa família com a população (naquilo que pensa o político eleito) já foi paga quando comprou o voto. Entretanto, pense que todo o benefício que você terá nos quatro anos de mandato dessa família se ela fosse honesta vale muito mais que o preço pago pelo seu voto. SEU VOTO NÃO TEM PREÇO.
Outro artifício utilizado pelos políticos corruptos é não lhe dar escola de qualidade! Pense que, quando a escola não funciona, a criança não é devidamente informada quanto ao “SER CIDADÃO”, não tem instrução que a permita passar no vestibular, não fala corretamente, não aprende os hábitos de higiene corretamente, etc. Assim, como as elites continuam tendo escola boa, seus filhos, netos, bisnetos... vão sempre tendo mais informação, mais influência e essas pessoas continuarão dominando o lugar onde você vive. Veja bem, exigir educação de qualidade (EXIGIR EDUCAÇÃO DE QUALIDADE) é a forma maior de se obter tudo que as elites tem de mais importante: INFORMAÇÃO, FORMAÇÃO, INFLUÊNCIA. Se seu filho tiver educação de qualidade, souber mais sobre Português, Matemática, História, Política, Biologia, etc, ele terá, além de uma vaga na universidade, o que ele precisa para garantir mais renda e cidadania: conhecimento, capacidade crítica, criatividade, oposição à corrupção, informação quanto à qualidade de vida e à melhoria da saúde! Tudo isso, simplesmente exigindo educação de qualidade!
Educação de qualidade é quando o governo paga um salário digno aos professores, quando o aluno se alimenta bem na escola, quando ele tem livros, quando ele tem acompanhamento pedagógico, psicológico, acompanhamento de um professor de educação física para ser mais saudável. Educação de qualidade é quando a escola discute temas sobre política, para informar à população; quando a escola incentiva à leitura; quando a escola tem computadores para as crianças lerem o mundo, saberem o que está acontecendo com as crianças da Europa, dos Estados Unidos da América, para que elas saibam que países onde a educação é de qualidade as pessoas são mais livres, para que elas conheçam alguns lugares da África e saibam que onde não há educação as pessoas não melhoram a qualidade de vida!
Política é importante e não precisa de muito para fazê-la funcionar honestamente. Basta exigir seus direitos e protestar contra o que você achar injusto. Isso já é suficiente para mudar o país. Acredite! Um grande filósofo disse que para mudar o mundo é importante começar mudando seu bairro. Apenas isso: faça sua parte e seu filho terá aquilo que você não tem.