quarta-feira, 17 de abril de 2013

Virtual



Diz-se do virtual aquele que não tem organicidade,
que não respira, que cibernético – o não material da vida.
Mas, ora, quanto tempo da realidade,
atribulada, produtiva, corrida,
vai e vem em forma de bites?

Quanta discussão existe?, informação que cai
e que toca real como a chuva na cabeça...
Sem lhe ver a cor, o dinheiro chega e se vai;
as declarações de amor e ódio doem a beça,

A cor da boca da amada aqui,
a velocidade dos mísseis  acolá...
Deriva do real o virtual, já ouvi,
mas o tempo, visto ao contrário, contraditará .

Ainda não percebemos
que o mundo de verdade, como nas óperas,
acontece, por enquanto, sem querermos,
 nas ilusórias fibras ópticas.

No futuro sim, ai sim,
após biquínis e top less,
cambiados por chips outrossim,
deixaremos o cabos e seremos wireless.

O aperto de mão será like,
e na memória haverá  kite.
Há de ter valor o insitgth
e terreno será site.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Só importa o que as coisas são de fato



Não importam as regras para pensar no título deste poema,
ou no da vida.
Se a la Fernando Pessoa
ou se síntese, la Drummond ou lá longe disso.
Que importa se ele revelar o final secreto?

O que eu quero é falar demais,
de mais do que isso, que deste verso que fica em cima.
Quero falar das turbulências,
pois decolar me assusta
e pousar seja o que Deus quiser.

Jogar as cartas sem saber do valete, do rei,
de perder-me no tempo que eu criar,
ouvir os sons que o mundo cria,
e que se crie a vida, sem meu título limitante.

Só importa o que as coisas são de fato.
Só importa, de fato, o que as coisas são.
Só importa do que as coisas são: de fato.
Só importa de que fato as coisas são.