segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sorvete o frio fosse

No sorvete doce
de sabor o frio fosse,
que a língua a dor o trouxe
e congelou-me os nervos.

Centímetro a centímetro,
o frio tomou conta,
e num arrepio
o olhar me desaponta
a veraz decisão:

Passar os dias bandido,
preso enclausurado,
mas compondo verso lido
à margem do laço.


Clama o corpo,
mas não caço o pato feio.
Vive o morto,
mas não pranteio.









domingo, 2 de outubro de 2011

Titãs dos meus louvores



(uma professora de literatura me disse certa vez que eu era fascinado com o mar e com as tempestades, porque sempre esses elementos apareciam em meus textos; surgiu então esse poema)


Dizem que o mar é lindo.
Dizem que ele é o espetáculo mor.
Dizem desafetos dos mares.
Dos males o pior.

O medo da água
Faz receio no coração humano.
Dominar o temeroso
Faz herói o profano.

Como se desdenham do mar!
Feia é a tempestade.
Comum sob o tempo.
Destrói a cidade.

Tempestade!
Irmã do titã da Terra,
Encontram-se, matam-se
Por paz que se encerra.

Titã dos céus;
Titã dos meus louvores.
Tempestade e oceano
São meus grandes amores.

  22 / 11 /2004

Eraegos


                 
(texto introdutório de um romance de que gosto muito, de um autor desconhecido)


Sensível diante das dores do mundo,
Um ser espacial, oriundo da terra,
Monta uma revolução em sua vida,
Vida sem sentimentos úteis;
Vida cuja vida não tem problemas vivos.

O que seria a vida sem amor?
O que seria de um mundo
Se não existisse nele a palavra sentimento?

Sois vós o filosofo do século;
Somos nós mesmos os epicentros,
Os cenários desta história.

Amigos, Amantes e Companheiros


Surge da terra em plenilúnio
um costumeiro sentimento,
qual sejam suas causas o mar,
gota a gota, e o ato de respirar.

Vem do ideal o anseio por somar,
multiplicando,
fazendo de duas mãos, a cada alma,
quatro mãos em um buquê fenomenal!

Surge do peito no infortúnio
a coragem de perdoar, sede e fome,
angústia e distância,
mas surge destemido, em fé ideal.

Alma para conquistá-lo,
coração para querê-lo
e vida para vivê-lo, já dizia a música...

E deste ser nascente,
rebento que irrompe o ventre,
quer-se não mais que três condições:

Quer-se do ideal não uma regra,
mas alma, coração e vida.
Ai invés de um status,
quer-se três, informais:

Amigo,
Amante
e Companheiro.

Os braços abraços,
os peitos lado a lado, em beijos de faces aladas,
e as pegadas acompanhadas...

Amigos,
Amantes
e Companheiros, nada mais.




01/10/2011