Aos amigos Fausto de Castro "Matuto"
e Aluisio Porto "Lula"
Os caminhos de Minas são bicolores,
estradas que vão minério e voltam vazio,
tal qual serra em metamorfose: buraco.
A estrada que sai, sai em sangue.
A que volta trás caminhões subcinerícios....
Das serras, quanto menos tem,
mais buraco fica, mais tatus,
menos verdes e mais pobres Minas.
Pobre de Minas e pobre de minas no futuro.
Pobre dos mineiros, que nada lhes restará
senão sulcos destrutivos e o pó pregado ao pé:
vermelho sangue da liberdade que tarda a chegar.
Os caminhos de Minas são de ferro,
e nossa paciência de aço incorrosível.