sábado, 18 de fevereiro de 2012

Cuida-te, coração


É curioso como os sentimentos
repetem-se.

Seque, coração bobo,
Antes que eu me perca
E as frases lindas se encontrem.
Seque, coração tolo.

Por que ainda vives,
Sendo que morre o resto de mim?
Faz-me logo insensível!
Morra, coração vivo!

Não vês que só resta morreres tu?
Não vês que sou hora extra?
Não percebes que definho
À falta de crença ao vago vinho?

Oh, coração resistente,
Ficas mole num corpo mumificado!
Oh, coração doente,
Manténs-te latente num corpo abandonado!

Ah, maldito coração!
Ainda resistes
Se teu destino é blindado?
Ainda choras com que sentido?

Ah, coração...
Mal sabes quão mau és tu.
Mal sabes como me faz morrerem as tranqüilidades,
Insuflando-me perdidas saudades!

Ah, coração,
Gosto quando te calas no meu sono!
Gosto quando me esqueço de ti
E quando me perco na diversão sem tua voz.

Seque, coração bobo.
Porque quinze dias de neve apenas
Não apagam os sois de tua herança.
Seque, coração tolo!

Por mil vezes te beijei,
Mas mil e uma abandonaste-me perdido.
Por uma vez a ti entreguei-me,
E noutra embriagues não me terás cativo!

Chores enquanto vives, maldito escuso,
Porque logo te matarei.
Esqueça teu lar de calor e poesia,
Pois logo te darei uma faca vadia!

                             01/08/2007