A passos lentos e precisos,
segue o explorador pelos confins.
Seu escafandro sob toneladas
dá-lhe abrigo e prisão.
Fé nas profundezas,
pois que nela se apruma a razão das coisas.
Tudo que se pode explicar,
é claro nas profundezas pormenores.
Ao postar-se deitado nos fatos,
contudo,
suas articulações enferrujam,
pois que sua armadura
é arma, mas é dura.
Em seu amor pelas descobertas,
trama poesias no escuro:
cor, ação e luz apagados.
Eis que aparece sua linda criatura,
descoberta por ele – não criador.
Aturando seus limites
e torturando seus joelhos,
trama seus passos sem nada mirar além.
Escafandro maldito!
Fez permiti-lo as mais abissais águas,
mas lhe ceifando a cinética necessária.
Não mais a criatura ali está,
pelo resto da vida.
12-08-2012