Eu tolero, tu toleras e ele, ele não tolera.
Não por demasiado ignorante,
mas por não se encontrar entre nós -
tolerantemente donos da verdade – a nossa.
Ou que se encontre entre nós e seja O tolerante,
e suas palavras agora emerjam até o mundo das palavras
sábias,
politicamente corretas e tolerantes
Ora,
por hora não posso emitir opinião,
eis que se encontram excessivamente tolerantes
todas Vossas Mercês, companheiros donos da minha verdade -
oculta.
Eis que não se encontra em nosso reino,
o das palavras dilatáveis e adaptáveis,
o significado de coerência social – eclipsada pela alva
tolerância.
Já nos deleitamos com as subjetividades
e nos deitamos por sobre as galhas maleáveis – que não
estalam ao peso da verdade,
os seres deste clube tolerante
deixando de verdadeiramente expressar nossas vidas e
porquês.
Tolero seus salários inglórios,
de fome de caviar e vinho franco do sul.
Tolero sua tolerância a meus erros
e teus erros me tolerando.
Proclamo os deuses mais profanos,
exaltando tua casca brilhosa
e escondendo teu destino purgatório.
Conclamo meus seguidores,
colendos,
para chamarem-te líder.
Tu e eu,
fizéramos todas as ilíadas,
mas nos falta ganhar por sobre as cabeças intolerantes,
sendo donos da nossa tolerância,
de nossa verdade,
de nossa oculta razão.
Abram alas para o bloco do “tamos juntos”
que vai passar a coerência que inventamos.