domingo, 2 de dezembro de 2012

Tolerância




Eu tolero, tu toleras e ele, ele não tolera.
Não por demasiado ignorante,
mas por não se encontrar entre nós -
tolerantemente donos da verdade – a nossa.

Ou que se encontre entre nós e seja O tolerante,
e suas palavras agora emerjam até o mundo das palavras sábias,
politicamente corretas e tolerantes

Ora,
por hora não posso emitir opinião,
eis que se encontram excessivamente tolerantes
todas Vossas Mercês, companheiros donos da minha verdade - oculta.
Eis que não se encontra em nosso reino,
o das palavras dilatáveis e adaptáveis,
o significado de coerência social – eclipsada pela alva tolerância.

Já nos deleitamos com as subjetividades
e nos deitamos por sobre as galhas maleáveis – que não estalam ao peso da verdade,
os seres deste clube tolerante
deixando de verdadeiramente expressar nossas vidas e porquês.

Tolero seus salários inglórios,
de fome de caviar e vinho franco do sul.
Tolero sua tolerância a meus erros
e teus erros me tolerando.

Proclamo os deuses mais profanos,
exaltando tua casca brilhosa
e escondendo teu destino purgatório.

Conclamo meus seguidores,
colendos,
para chamarem-te líder.

Tu e eu,
fizéramos todas as ilíadas,
mas nos falta ganhar por sobre as cabeças intolerantes,
sendo donos da nossa tolerância,
de nossa verdade,
de nossa oculta razão.

Abram alas para o bloco do “tamos juntos”
que vai passar a coerência que inventamos.