segunda-feira, 29 de agosto de 2011

À romântica



Num grilo pousado em minha esperança
coloquei quando garoto um sonho.
Hoje lhes digo: avisto tal grilo
e o vejo enfolhado em meu livro,
cujo primeiro poema é : “Amar”.

E junto com a carapaça do animal
ficou explícito meu sonho irrealizável,
pois o poema mentiu,
e seu poeta morreu com uma pedra no caminho.
Restou-me afogar os versos
e passar a viver sozinho.