quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O antibrilho das gemas

Há um lugar onde vivem,
juntas e regozijantes,
as idéias ensimesmadas
das almas das esmeraldas.

Tão belas e lapidadas,
geometricamente feitas,
que só vêem a si e pra si,
o espelho que nada ri.

Todas as sendas claras
das íris de lendas raras
a viver o brilho sem quilate;
as gemas ao xeno latem...

As cataratas entregam-se
maravilhas tantas e perenes,
caem e brilham e molham,
enquanto as gemas se entreolham...

As gemas abjuram-se
maravilhas tantas e insolentes,
à enclausura e ao medo de ter,
de mostrar-se e não ser.

Enquanto são apenas para si,
e para seus espelhos perfeitos,
choram escondidas as diademas
ao par de inúteis poemas.


Gemas frias, libertas da liberdade,
enquanto o olhar tem saudade...
Gostar é libertar sem alento
o vago anseio sentimento.