As horas I
Retorno da guerra sombrio;
um mapa do passado, feito em cicatrizes,
e uma rosa entre os lábios cortados.
Vão em sangue e lágrimas
os botões da camisa e da flor.
Como se fosse o sol na madrugada,
vão as horas que recordo
de peles aos pelos.
As horas saltam malditas
da Ponte dos Contos,
rumo aos quintos dos invernos,
frios e estáticos.
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As Horas II
Refrata o vinho a semi-luz ao fundo d’alma,
e clama a cama pelo deformar:
pra lá de Marrakech, mamãe...
Lisos trajes destemidos, quando os há,
e frisos lugares extáticos, que os há.
As horas voam como a Curva do Vento,
com destino ao indistinto céu,
e como o beiço ao sonhado véu.
Dos peitos pulam as cicatrizes,
rumo às costas e nada mais...