(um poema antigo que encontrei, lembro que o fiz para apresentar em um sarau do colégio; revivendo)
Uma
mulher,
Após
longas procelas no seu amor,
Virou-se
ao seu amado,
Dizendo-lhe
que fechasse os olhos.
Assim
dizendo-lhe para esquecer o amor por ela.
Dele
os olhos fechados só ouviam
E
sentiam a dor das palavras recebidas.
Olhos
que excomungaram uma lágrima
Seguida
de outra e mais outra...
Até
se inundar completamente
De
solidão e de lágrimas.
Tenho
pena da carne
E
da alma desse infeliz.
Pior
quando ele faculta
Que
ela o ama também.
Félico
chora seu coração:
Lágrimas
coram-no com cristais ao sangue.
Seu
peito, antes inerte,
Agora
se debate,
Fica
frágil à leveza da brisa.
O
vento trás nostalgia como vento:
Amor
feito tormento!
Depois?
Já
o vi se debatendo na
Noite.
Sair
dela?
Não,
não pude ver.
Mas,
sim, o vi na ressaca daquela noite.
Pobre
degenerado!
Sobre
Ela?
Sobre
ela não posso dizer.
Dizem
que ele a vê por ai...
Mas
dele hoje sobram sorrisos e encantos.
Por
dentro, n’alma ressequida,
Sabe-se
de uns prantos fundiolhos.
Isso,
dê a ele misericórdia,
Mas
não lhe ofereça amor;
Talvez
acuse alergia
E,
como sintoma,
Ele
perca seu resquício de alegria.
Aventuras
ele buscou por remédio,
Casos
têmeros anti-tédio,
Anti-dor,
Anti-amor...
Por
rancor.
Restou-lhe
vazio.
Este,
preenchido por mais vazio.
Até
completar-se cheio
E
tingido pelos trastes
Da
amargura.
Como
sofreu!
Penso
na dor desse homem!
Sinto
a dor desse homem!
Mais
ainda...quando enxergo
Que
este homem era, como sou,
Eu...
12/01/2004