quarta-feira, 28 de setembro de 2011

IGUALZINHO A VOCÊ


 (poema feito pelo meu pai fluminense, que me enche de alegria! Grande abraço, Mestre Henrique!)




Hoje, vendo médicos pra lá e pra cá, escrevo - te,
Pois lembro - me que num dia,
Navegando pelas teias da poesia,
Deparei - me com tua existência.
Através da rede digital,
Louco mundo virtual,
Sensibilidades, muito riso, euforia,
Afinidades, trocas de vivências,
“Sofrências”.

Destino sacana e brincalhão!

Até deparar - me com a real constatação:
Aos poucos, em cada digitação,
Percepção do que não foi,
Mas poderia ter sido.
Sábio reconhecimento em ti do filho perdido,
Do filho que tanto desejava ter tido.

Sim, bem sei que irás me contestar
Que teus primeiros choros não socorri,
Nem teu primeiro sorriso eu vi,
Que não me fiz presente
Em  tuas primeiras tentativas de no mundo andar,
Que não estava por perto
Para das primeiras porradas da vida
Te proteger, amparar,
Que não te li um livro,
Contigo não joguei futebol,
Nem  te contei uma história.
Sei, bem sei que não te ajudei a escrever, rascunhar
A maior parte de tua trajetória ...

Mas, cara, podes crer,
Se o cara lá de cima
Tivesse me dado a graça de um filho ter,
Gostaria que ele fosse igualzinho a você!



27/04/09