terça-feira, 6 de setembro de 2011

A mariposa



“As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá” (Adoniran Barbosa)    
           
Ei, tu que existes, mas vives não,
deixe estar tudo a seguir
e amanhã terás nas mãos
um céu limpo a sumir.

Entre o tronco e a terra
termina a grama e repousa,
dos temores da guerra,
escondida a mariposa.

Anseia serena e posa em amar,
até seara do solo erguer
pelos brotos em haste a mari,
e feliz para sempre viver.

Canto livre a alma aflora
e espera a ventura surgir.
Canto ensaio e a hora agora
faz dos corações sorrir.

Eis que esperar por sua mão
fracassa, pois o tempo esvai...
deixa o sangue em cordão
que enforca o ar e a espera trai.